segunda-feira, janeiro 21

ENQUANTO É TEMPO...



Enquanto é Tempo . . .
Era uma vez um garoto que nasceu com uma doença que não tinha cura.
Tinha 17 anos e podia morrer a qualquer momento. Sempre viveu na casa de seus pais, sob o cuidado constante de sua mãe.
Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão da mãe, caminhou pela sua quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam. Ao passar por uma loja de discos, notou a presença de uma garota, mais ou menos da sua idade, que parecia ser feita de ternura e beleza. Foi amor à primeira vista. Abriu a porta e entrou, sem olhar para mais nada que não a sua amada.
Aproximando-se timidamente, chegou ao balcão onde ela estava.
Quando o viu, ela deu-lhe um sorriso e perguntou se podia ajudá-lo em alguma coisa. Era o sorriso mais lindo que ele já havia visto, e a emoção foi tão forte que ele mal conseguiu dizer que queria comprar um CD. Pegou o primeiro que encontrou, sem nem olhar de quem era, e disse: - Esse aqui...
- Quer que embrulhe para presente ? - perguntou a garota, sorrindo ainda mais...
Ele balançou a cabeça para dizer que sim e disse:
- É para mim mesmo mas eu gostaria que você embrulhasse.
Ela saiu do balcão e voltou, pouco depois, com o CD muito bem embalado.
Ele pegou o pacote e saiu, louco de vontade de ficar por ali, admirando aquela figura divina.
Daquele dia em diante, todos as tardes voltava à loja de discos e comprava um CD qualquer. Todas as vezes a garota deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem feito, que ele guardava no closet, sem sequer abrir.
Ele estava apaixonado, mas tinha medo da reação dela, e assim, por mais que ela sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem para convidá-la para sair e conversar.
Comentou sobre isso com sua mãe e ela o incentivou, muito, a chamá-la para sair.
Um dia, ele se encheu de coragem e foi para a loja.
Como todos os dias comprou outro CD e, como sempre, ela foi embrulhá-lo.
Quando ela não estava vendo, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja correndo.
No dia seguinte o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu. Era a garota perguntando por ele. A mãe, desconsolada, nem perguntou quem era, começou a soluçar e disse:
- Então, você não sabe? Faleceu essa manhã.
Mais tarde, a mãe entrou no quarto do filho, para olhar suas roupas e ficou muito surpresa com a quantidade de CDs, todos embrulhados.
Ficou curiosa e decidiu abrir um deles. Ao fazê-lo, viu cair um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito:
- Você é muito simpático, não quer me convidar para sair? Eu adoraria.
Emocionada, a mãe abriu outro CD e dele também caiu um papel que dizia o mesmo, e assim todos quantos ela abriu traziam uma mensagem de carinho e a esperança de conhecer aquele rapaz.
Assim é a vida: não espere demais para dizer a alguém especial aquilo que você sente. Diga-o já; amanhã pode ser muito tarde.
Essa mensagem foi escrita para fazer as pessoas refletirem e assim, pouco a pouco, tentar mudar o mundo.
É também para dizer que você é muito especial.
Aproveite e fale, escreva, telefone e diga o que ainda não foi dito.
Não deixe para amanhã. Quem sabe não dê mais tempo...
O tempo é rápido demais.... é bom não perdê-lo...
Falar as vezes dói... mas... é Hoje ou talvez nunca mais...

TER SOFRIDO...

Este poema de Mário de Andrade encerra uma significação profunda: -

"Escuta as árvores fazendo a tempestade berrar.
Valoriza contigo estes instantes
Em que a dor, o sofrimento, feito vento, são conseqüências perfeitas
Das nossas razões verdes,
Da exatidão misteriosíssima do ser".
Não se pode dominar a dor escondendo-a, ou se escondendo dela.
Ela faz parte da vida.
Se olharmos a nossa volta, podemos perceber que ela está presente de várias formas.
Mesmo que desejemos que o sofrimento não se apresente, ainda com mais força ele se apresenta.
Isso porque não podemos ir contra a natureza das coisas.
É uma tolice imaginar a perfeição como a faculdade de não enxergar o sofrimento.
A perfeição não tem nada a ver com isso.
Ver perfeitamente é compreender as coisas como elas são.
Muitas vezes tendemos a ver a felicidade como uma conjugação de circunstâncias favoráveis, na qual haja a menor parcela de sofrimento possível.
Baseando-nos nisso, então, olhamos para nós mesmos, e para os outros e julgamos se temos ou não motivos para nos acreditarmos felizes.
Porém, considerando-se que somos responsáveis, em maior ou menor grau, por todo o sofrimento que nos ocorre, podemos constatar que essa crença, se não é totalmente falsa, omite boa parte da verdade.
A dor tem uma razão de ser: o alcance de uma compreensão maior sobre as implicações metafísicas e éticas do fato de se estar vivo.
Enquanto esta consciência não floresce, a dor persiste.
Contudo, existem dois tipos de sofrimento: aquele causado pela nossa própria ignorância e aquele por causa da ignorância dos outros.
Esse segundo tipo é mais um lamento por aqueles que "não sabem o que fazem", ou seja, que desconhecem que o mal que praticam provoca sofrimento futuro para si mesmos.
Está é a dor das almas puras e dos santos.
O sofrimento não existe simplesmente para que nós desejemos que ele não exista. Isso não teria sentido.
A tradição budista sintetiza bem isso através das "Quatro Nobres Verdades".
A primeira delas fala sobre a existência do sofrimento; a segunda, afirma que todo sofrimento nasce do desejo, inclusive do de não sofrer; a terceira, diz que o sofrimento se extingue com a extinção do desejo; e a quarta, aponta o caminho de oito passos para a cessação do desejo.
Quem desperdiça o seu tempo tentando se esconder do próprio sofrimento e fugindo da dor dos outros, sem meditar sobre as razões das suas dores e sem procurar minimizar os sofrimentos alheios, naquilo que for possível, não está sabendo aproveitar o sofrimento.
Porque, quando ajudamos as pessoas que estão sofrendo, a nossa própria dor diminui.
Gibran, falando da dor, disse que ela é "a amarga porção com a qual o médico que está em vós cura o vosso Eu doente.
Confiai, portanto, no médico, e bebei seu remédio em silêncio e com tranqüilidade.
Porque sua mão, embora pesada e dura, é guiada pela suave mão do Invisível".
Se, por um lado, a dor martiriza e lascina; por outro, ela humaniza e santifica.
No sofrimento, o homem se solidariza com o seu próximo, compadecendo-se das chagas e trazendo-o para mais perto de si.
Não vai aqui nenhuma apologia ao sofrimento, mas apenas a lembrança de que, se ele for corretamente assimilado, irá se constituir numa lição que não precisa ser repetida.
Nas palavras sensatas do Mestre Eckhart: - "Nada é mais amargo do que o sofrer, e nada é mais doce do que o ter sofrido.
Aos olhos dos homens, o que mais desfigura o corpo é o sofrer; aos olhos de Deus, o que mais embeleza a alma é o ter sofrido".

Quem sou eu

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...sou uma mulher como todas do planeta, que merece amar e ser amada.

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