sexta-feira, maio 2
EU TE AMO... NÃO DIZ TUDO!
(Arnaldo Jabour)
Você sabe que é amado(a) porque lhe disseram isso?
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida,
Que zela pela sua felicidade,
Que se preocupa quando as coisas não estão dando certo,
Que se coloca a postos para ouvir suas dúvidas,
E que dá uma sacudida em você quando for preciso.
Ser amado é ver que ele(a) lembra de coisas que você contou dois anos atrás,
É ver como ele(a) fica triste quando você está triste,
E como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água.
Sente-se amado aquele que não vê transformada a mágoa em munição na hora da discussão.
Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.
Aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é,
Sem inventar um personagem para a relação,
Pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.
Sente-se amado quem não ofega, mas suspira;
Quem não levanta a voz, mas fala;
Quem não concorda, mas escuta.
Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!
"Para conquistarmos algo na vida não é necessário, apenas, força ou talento; é preciso, acima de tudo, ter vivido um grande amor"
Arnaldo Jabour
Eu que amo o amor...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Eu que amo o amor,conheci-o antes
de que me oferecesses o teu,modelo
de paixão buliçosa e possessiva...
Eu que amo o amor,sabia
que não se ama apenas com palavras galantes,
-às vezes,sou até esquiva
quando me entregam de presente
tantas jóias caras num pequeno escrínio...
Eu,que amo o amor,entrego -te minha alegria
de te amar além do possível,
além das aparências...
E de alguma forma,fui contaminada
pelo vírus oportunista
do teu calor de chamas acariciantes.
Contigo aprendi que no amor
não existem coisas feias,
tudo é luminoso a brilhar
qual a sol em teias de aranha,
frágeis na aparência
e fortes na trama que nos apanha.
Agora,sei que não há possível cura
para o desejo de tua ternura.
Que vou morrer de amor,no amor
-quando a morte vier buscar-me,
esquiva e imprevista.
E partirei envolta na mortalha
dourada e olorosa desse amor
que abrasa e que consome.
Partirei,nua por baixo,despida
da falsa virtude,
depois que me ensinaste a entrega plena.
E volitarei a murmurar teu nome,
tu,professor de plenitude,
que me ensinaste a amar sem peias
a cantar segura e serena...
"Querida,eu comparo a gente
às asas de um passarinho:
um sem outro,certamente,
não se equilibra sozinho!"
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Fogo e serragem
Às vezes, sinto-me sem vontade
de tudo e de nada.
Amorfa,
moldo-me aos moldes
dos desejos alheios.
A dor, camuflada.
Os gemidos, sufocados.
Agonizo, molhada:
serragem
Às vezes,
embaixo de cinzas,
crepito, aqueço-me,
e em labaredas, refaço a luz
antiga,
subitamente.
Ardo,
em cadeia,
acendo tudo mais
que há por perto.
Incendeio, fogo em jogo
lúdico, atroz...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
in "Sombras feitas de Luz", Editora Plurarts - Belo Horizonte,MG)
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