terça-feira, setembro 2
Ouço sons, sinto arrepios
parecem uivos de lobo
tremor no corpo todo
lembrança do cio
deslumbro na escuridão
não luto, não nego
vejo que o sentimento é bom
me ajeito, me entrego
sinto cheiro imortal
coisa sem definição
sinto-me em leveza total
só me sobra emoção
uma coisa percorre a mente
uma coisa desnuda a carne
não é só meu corpo que sente
não é só meu peito que arde
visão se deslumbra
corpo nu, coisa linda
nos olhos a menina se inunda
visão alvissareira, não finda
move em meneios
remexe balaios
coisas sem meios
início do ensaio
apalpo o desconhecido
já toquei e não sei o fim
procuro achar o sentido
algo cresce sem fim em mim
a junção se torna lenta
vou sem pressa, coisa obrigatória
mas a resposta da pele não agüenta
e começa a explosão sem memória
sinto gosto sem distinção
uma hora diz sim, outra hora diz não
só os nobres sabem divisar
onde esse sabor vai dar
movo os lábios entre saídas
percorro pêlos como avenidas
palmo a palmo escorrego
nem precisa pedir, enxergo
doce mistura eterna
união do côncavo e convexo
na cama, uma baderna
suave é a noite após o sexo
Caipira
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- ...sou uma mulher como todas do planeta, que merece amar e ser amada.
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