sábado, agosto 23
...morrer a cada momento para o passado, nunca carregar o passado por um simples momento. A cada momento, morrer para o passado e nascer para o presente. Isto irá mantê-lo revigorado, jovem, vibrante, radiante; isto irá mantê-lo vivo, pulsante, excitado e extático. E o homem que sabe como morrer a cada momento para o passado, sabe como morrer, e esta é a maior arte e habilidade. Assim, quando a morte chega a tal homem, ele dança com ela, ele abraça-a. Ela é uma amiga, não é inimiga. É Deus que chega a ele sob a forma de morte. É um relaxamento total com a existência. É tornar-se novamente o todo, é voltar a ser um com o todo.
osho
O desejo de perfeição consiste nisto: seja qual for a sua situação, ela nunca satisfaz. Nunca é como deveria ser, há sempre um senão. Você ainda fica imaginando um estado melhor das coisas, melhores dias, melhores possibilidades. E fica ansiando por elas.
O desaparecimento desse desejo é um grande alívio, porque só então você poderá começar a viver cada momento. Como você consegue viver com esse desejo de perfeição? Ele é a fonte de todas as neuroses.
O homem que deseja ser perfeito, inevitavelmente torna-se um neurótico, porque não consegue estar aqui. Ele vive no futuro, que não existe. Não pode desfrutar o presente momento, só condená-lo. Não pode amar esta mulher, porque tem uma idéia da mulher perfeita. Não pode amar este homem, porque ele não é perfeito. Não pode saborear este alimento, esta refeição, esta manhã, nada mais o satisfaz, não pode satisfazer. Sua expectativa está sempre presente: ele está sempre comparando e sempre se decepcionando.
O homem que vive com desejo de perfeição, tem a vida condenada. E a sociedade colabora com isso. Os pais, as escolas, os colégios, as universidades, os mahatmas , os sacerdotes, os políticos, todos colaboram para neurotizá-lo.
Desde a infância, você não é aceito como você é. Disseram-lhe: “Seja desta maneira, só assim você será aceito”. Se quiser viver a vida do seu jeito, você será condenado por todos, todos ficarão contra você. Seus pais não poderão suportá-lo. Precisam moldar, formar, mudar, manipular. Eles precisam fabricar você de acordo com os desejos deles.
O fracasso é inevitável, porque você pode estar vencendo, mas a idéia da perfeição começa a se sofisticar cada vez mais. Na medida em que se vai vencendo, a idéia começa a se distanciar mais para o futuro. Ela fica mais sofisticada, há mais expectativas...
A distância entre você e a idéia da perfeição permanece a mesma. Se você tem dez mil rúpias, precisará de cem mil para ser feliz. Quando tiver cem mil, seu desejo já caminhado para a frente; agora isto já não basta. Acontece em todas as áreas da vida.
Os pais vivem os seus próprios traumas. Por toda a vida tentaram e fracassaram; agora desejam viver através do filho. Com isso, começam a fazer dele um ser neurótico, começam a ensinar ao filho. Esta é uma forma alternativa de viver. Eles fracassaram; agora sabem que a morte se aproxima, que seus dias estão contados; eles estão perdendo a esperança. Mas então surge uma nova esperança: poder viver através do filho. Já que eles não foram perfeitos, ao menos os filhos poderão sê-lo. Dizem que uma árvore se conhece pelos seus frutos. Se os filhos forem perfeitos, os pais devem ter sido perfeitos.
É assim que a neurose se perpetua, de geração em geração. Os pais estão constantemente tentando, de todas as formas, aperfeiçoar a criança. Só o que conseguem com essa atitude é fazer com que ela se sinta condenada como ela é. Eles tornam impossível que ela ame a si mesma, respeite a si mesma. E quando perde o amor e o respeito por si, uma pessoa está perdida.
O mundo sofre tanta loucura, todo tipo de problemas mentais, de doenças físicas. Noventa e nove por cento das causas de todos esses problemas do corpo e da mente vêm da mentalidade que a criança tem de ser perfeita.
Uma família foi a um restaurante. Depois de anotar o pedido dos adultos, a garçonete virou-se para o garotinho.
“O que você vai querer, filhinho?”
“Eu quero um cachorro-quente”, respondeu o garoto, timidamente.
Antes que a garçonete pudesse anotar o pedido, a mãe interrompeu: “Não, nada de cachorro-quente. Traga batatas, um bife e cenouras”.
A garçonete ignorou-a totalmente.
“Você prefere ketchup ou mostarda em seu cachorro-quente?” perguntou ao garoto.
“Ketchup”, respondeu ele, com um sorriso de felicidade.
“Já vai sair”, disse a garçonete, indo para a cozinha.
Foi um espanto geral.
Finalmente, o garoto perguntou aos pais. “Vocês viram? Ela acha que eu sou real!”
É aí que nasce o problema: vocês não permitem que seus filhos sejam reais. Fazem com que eles se sintam irreais, vocês os forçam a se sentir falsos, rejeitados, inúteis. E quando essa idéia é criada na mente de vocês, que eles são inúteis do jeito que são, é natural que surja neles um grande desejo de ser perfeitos, e com isto todo o tipo de neurose.
Meu empenho aqui é em ajudar você, não a ser perfeito, mas a abandonar toda essa besteira. Abandonando-a, pela primeira vez você será real.
A realidade nunca é perfeita, lembre-se. Se a realidade está sempre crescendo, como ela pode ser perfeita? Se alguma coisa é perfeita, o crescimento é impossível. Só a imperfeição pode sentir a alegria do crescimento.
Você deseja permanecer como uma flor, crescendo, abrindo-se? Ou deseja tornar-se apenas uma pedra morta, perfeita, sem abertura, sem crescimento, sem mudança? Seja imperfeito respeite suas imperfeições, e você poderá alegrar-se e celebrar, poderá ser saudável e inteiro. E não precisará procurar um psiquiatra ou um psicanalista para ficar por anos deitado num divã, falando besteiras. E também não haverá necessidade de qualquer tratamento de choque. Na verdade, se o seu estresse mental desaparecer, o seu corpo se sentirá imediatamente relaxado.
Muitas doenças desapareceriam automaticamente da face da Terra, se essa idéia idiota de tornar-se perfeito desaparecesse. Mas ela tem sido ensinada de toda parte, nas igrejas, nos templos, nas mesquitas, nas universidades. Em todo lugar, todos parecer estar envolvidos nessa conspiração. Parecem absolutamente determinados a tornar todas as pessoas perfeitas. Ora, jamais existiu um único ser humano perfeito, e não pode existir. A imperfeição é o modo de ser das coisas. A imperfeição é bela, porque tem potencial para crescer e fluir. A perfeição é simplesmente a morte, nada mais. A vida é imperfeita. E a vida gosta da imperfeição.
Eu lhes ensino a totalidade e não a perfeição: são dois objetivos diferentes. A perfeição é um objetivo neurótico, a totalidade é um objetivo saudável. A perfeição está no futuro, a totalidade está aqui e agora. Você pode ser total neste momento. Pode ser total em sua raiva, pode ser total em seu sexo, pode ser total em tudo o que esteja fazendo, limpando o chão, cozinhando, escrevendo poesia. Você pode ser total! neste momento! Isso não exige preparação, não exige treinamento.
Sendo total, você entrará em Deus, entrará no nirvana. Quando se é total, o eu desaparece – esta é a beleza da totalidade. Tente entender, é sutil, é imensamente importante: quando se é total, o eu desaparece.
Você já experimentou um momento total? Então sabe que o eu desaparece imediatamente. Se você está totalmente apaixonado por uma mulher ou por um homem, o eu desaparece. Quando está fazendo amor, se é total, o eu desaparece. Se você sai de manhã para um passeio e é total nisso, nada mais importa, nesses lindos momentos, apenas a manhã e você, você e a manhã, os pássaros, as árvores e o sol. Você está totalmente imerso, profundamente imerso no momento – o eu desaparece.
O desaparecimento do eu é uma bênção. Você saberá o que Buda quer dizer com o “não-eu”, a total bem-aventurança. Ele jamais usa as palavras: “total bem-aventurança”, porque conhece você – você poderia fazer dela um objetivo, e começar a lutar por alcançá-la. Poderia fazer dela o objetivo de um perfeccionista e dizer: “Não descansarei até que me torne totalmente bem-aventurado”. Nesse caso. você não entendeu.
Se você é total, a bem-aventurança acontece por acréscimo, porque o eu desaparece. Dançando, cantando, ouvindo música, ou apenas estando aqui comigo, às vezes acontece. Eu posso vê-la acontecendo com muitas pessoas. Quando olho para o seu rosto, sei se há um eu ou não; o rosto assume imediatamente uma outra qualidade. Quando olho para você e não existe o eu, você é apenas uma abertura, uma janela, e eu posso ver claramente Deus em você. Nesses momentos, Deus está presente, você não está. Todas as nuvens desapareceram, o céu ficou claro e transparente, o sol está brilhando.
Sempre que o seu eu desaparece por um momento, de repente posso ver a luminosidade que vem em seu rosto, a qualidade de magia que nasce ao seu redor. Mas fomos ensinados a viver de um modo não-total através da idéia de perfeição.
Eu lhes ensino a totalidade. Na totalidade, o eu desaparece; com a perfeição, acontece justamente o contrário. Com a idéia de perfeição, o eu é reforçado. É um ideal egoísta: “Eu quero ser perfeito”. O eu não pode ser total, porque nenhum eu pode ser encontrado na totalidade. Por isso, o ego tem interesse em tornar-se perfeito, ser o homem mais perfeito ou a mulher mais perfeita no mundo. O ego se sente muito bem, começa a lutar nesse sentido. O ego está envolvido com a idéia de perfeição.
Com a experiência da totalidade, o ego simplesmente não existe. Se você aprender como estar aqui e agora, pouco a pouco verá que a vida é linda do jeito que é. A vida é linda em ser-assim, em sua qualidade de ser ,como Não necessita de nenhum aperfeiçoamento.
osho
Grande amor, grande amor, grande mistério
Que as nossas almas trêmulas enlaça...
Céu que nos beija, céu que nos abraça
Num abismo de luz profundo e sério.
Eterno espasmo de um desejo etéreo
E bálsamo dos bálsamos da graça,
Chama secreta que nas almas passa
E deixa nelas um clarão sidéreo.
Cântico de anjos e de arcanjos vagos
Junto às águas sonâmbulas de lagos,
Sob as claras estrelas desprendido...
Selo perpétuo, puro e peregrino
Que prende as almas num igual destino,
Num beijo fecundado num gemido.
cruz e souza
Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.
Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,
Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,
Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia,
Seja uma flor ou uma idéia abstrata,
Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus.
E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.
Alvaro de Campos
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