quinta-feira, setembro 11


Amava-te em pretérito imperfeito
Em que, confesso, não!, eu não te amava.
Era um pretérito que não passava,
Que vivia o presente, contrafeito.
Pretérito que é bom nada angustia.
Futuro do pretérito é presente.
Presente era eu te amar eternamente:
E amando, no gerúndio eu te amaria.
Não pode haver futuro de um desgosto,
Não pode haver amar, no imperativo.
Amores que se impingem, no jussivo,
Não têm sabor de vinho, mas de mosto.

Quero te amar em tempo e modo certos:
Só assim os que amam podem ser libertos.





POEMA DE SANTHIAGO RAMIREZ
http://afucksteriorei.blogspot.com

Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!



Mário Quintana (A Cor do Invisível)

Da minha janela vê- se a
poesia



sebastião da gama

Eu tinha umas asas brancas,

Asas que um anjo me deu,

Que, em me eu cansando da terra,

Batia-as, voava ao céu.

– Eram brancas, brancas, brancas,

Como as do anjo que mas deu:

Eu inocente como elas,

Por isso voava ao céu.



Veio a cobiça da terra.

Vinha para me tentar;

Por seus montes de tesouros

Minhas asas não quis dar.

– Veio a ambição, co'as grandezas,

Vinham para mas cortar

Davam-me poder e glória

Por nenhum preço as quis dar.



Porque as minhas asas brancas,

Asas que um anjo me deu,

Em me eu cansando da terra

Batia-as, voava ao céu.



Mas uma noite sem lua

Que eu contemplava as estrelas,

E já suspenso da terra,

Ia voar para elas,

– Deixei descair os olhos

Do céu alto e das estrelas...

Vi entre a névoa da terra,

Outra luz mais bela que elas.



E as minhas asas brancas,

Asas que um anjo me deu,

Para a terra me pesavam,

Já não se erguiam ao céu.



Cegou-me essa luz funesta

De enfeitiçados amores...

Fatal amor, negra hora

Foi aquela hora de dores!

– Tudo perdi nessa hora

Que provei nos seus amores

O doce fel do deleite,

O acre prazer das dores.



E as minhas asas brancas,

Asas que um anjo me deu

Pena a pena me caíram...

Nunca mais voei ao céu.




(Almeida Garrett)

Quem sou eu

Minha foto
...sou uma mulher como todas do planeta, que merece amar e ser amada.

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