Alguém se condena por ter errado e, assim causado mal a pessoas amadas, mesmo não o tendo feito por vontade ou intenção, evidentemente. E está se punindo por isso, muito além da conta e do limite possível da autoestima.. Chegou a um ponto perigoso e esta crônica é um alerta. Tomara que produza algum efeito positivo.
Errar faz parte da fragilidade existencial e embora seja essa uma frase feita, daquelas das quais não gosto, trata-se de uma verdade incontestável em relação a um ser chamado humano, a quem foi dado o destino da semiconsciência.
Nem somos conscientes, como a seguir de certos reinos, e nem pleniconscientes como os deuses e a Força Maior, que tudo vê, tudo sabe, logo não lhe cabe luta por evolução. Quem nos criou determinou que já iniciássemos a jornada no meio do caminho dessa amplidão; nem desconhecedores totais do que seria a passagem, em nome de um cérebro que estabelece a operação mental, o intelecto, e nem seres perfeitos e evoluídos na própria condição do viver. Cabe-nos progredir.
Um ator italiano, muito boa pinta, chamado Vittorio Gasmann e ainda lembrado pelos da minha faixa etária, afirmava que" precisaríamos de duas vidas: uma para ensaiar e outra para viver ". Como isso não é possível, o ensaio se faz vivendo, o que induz a erros.
Por sua vez, o filósofo espanhol Ortega y Gasset, um dos meus mestres orientadores, proclamava: "Paga-se o erro com a vida,com pedaços irreparáveis e irrecuperáveis de uma existência que não para." Drástico? Talvez, mas muito verdadeiro. Pagamos com períodos de inautenticidade, com anos e anos em que deixamos a vida passar e nada fizemos. E aí desperdiça-se uma parte. Mas, por favor, ainda que seja preciso assumir e pagar, nada de culpas crônicas, de estados de martírios e impedimentos que bloqueiem. O homem, diferentemente de outras natureza, segue pagando o que não deve mais.
Mas o que seria errar? Não perceber a hora de ir ou parar, a falta de sutileza em preparar terreno ou observar se é a hora certa de praticar tal ato, o não perceber a necessidade de alguém amado, mesmo tendo a condição de suprir, as hesitações ao avaliar, tanta e tanta coisa...
Um dos erros mais graves que cometi em relação a mim mesmo foi não ter distinguido que a vida e a sociedade me pedem coisas diferentes: esta que eu siga seus preceitos e regras, dando satisfações dos meus atos e atuando de acordo com os seus códigos; aquela que eu seja honesto comigo, que não me traia em nome dessas satisfações externas e que me recolha na medida dos apelos do Eu. Aprendi a duras penas a não mais dar a sociedade o que é da vida e de não mais enganar a vida com as facetas sociais, que não lhe pertencem.
Outra falha brava é deixar passar sem entender que certas ofertas e dádivas não voltam e aquele papo " o que terá que ser seu ninguém tira" ou "o que é do homem o bicho náo come" é furadíssimo. Tira, sim, e na sua cara e acaba por comer o que seria nosso.
Como dizia o nosso Vinicius de Morais: "Cuidado, a vida é pra valer. E não se engane, é uma só, duas mesmo, que é bom ninguém vai me dizer que tem, sem provar muito bem provado com certidão passada em cartório do céu e assinado embaixo por Deus. E com firma reconhecida!
Aproveitar essa vida única na luta para acertar de vem em quando, para aprender dos erros e, ao menos, fazer diferente, e também aproveitar essa unicidade para aceitar que se erra muito.
Luiz Alca de Sant'anna
terça-feira, dezembro 18
segunda-feira, dezembro 10
E disse aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis.
Mais a vida é mais do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes.
Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves?
E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura?
Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?
Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
E, se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
Não pergunteis, pois, que haveis de comer, ou que haveis de beber, e não andeis inquietos.
Porque as nações do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que precisais delas.
Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Lucas 12:22-33
Mais a vida é mais do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes.
Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves?
E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura?
Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?
Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
E, se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
Não pergunteis, pois, que haveis de comer, ou que haveis de beber, e não andeis inquietos.
Porque as nações do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que precisais delas.
Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Lucas 12:22-33
A tensão estabelecida com a transformação ou o medo de qualquer mudança derruba qualquer planejamento.
Tudo vai por “água abaixo”, e o fato é certo e verdadeiro.
O constrangimento não pode ser contornado, porque já aconteceu,
agora resta a inevitabilidade do enfrentamento.
Se a espiritualidade predominar sobre a forma então será construído através destes constrangimentos uma essência forte e vencedora.
Se, por outro lado a forma dominar a espiritualidade uma destruição física e mental será sem duvida ter de ser enfrentada.
É simplesmente o karma, ou se é conseguido elaborar com a consciência de missão cumprida,
ou é enfrentado com sofrimento e revolta.
O medo sempre ocasiona uma perda material, um atraso mental e um transtorno espiritual.
A energia do novo e o revigorante desafio do enfrentamento para uma situação mais favorável é a melhor opção.
Tudo vai por “água abaixo”, e o fato é certo e verdadeiro.
O constrangimento não pode ser contornado, porque já aconteceu,
agora resta a inevitabilidade do enfrentamento.
Se a espiritualidade predominar sobre a forma então será construído através destes constrangimentos uma essência forte e vencedora.
Se, por outro lado a forma dominar a espiritualidade uma destruição física e mental será sem duvida ter de ser enfrentada.
É simplesmente o karma, ou se é conseguido elaborar com a consciência de missão cumprida,
ou é enfrentado com sofrimento e revolta.
O medo sempre ocasiona uma perda material, um atraso mental e um transtorno espiritual.
A energia do novo e o revigorante desafio do enfrentamento para uma situação mais favorável é a melhor opção.
sábado, dezembro 8
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Vinícius de Moraes
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Vinícius de Moraes
terça-feira, dezembro 4
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