domingo, agosto 31


Sou um estrangeiro em mim,
Torno a voltar num país de sonho,
De luz e de infância
Perdido num vendaval de espumas.
Aquela voz que chamava
Já não existe mais,
Mudou-se para o desconhecido.
Estou só num mundo de lembranças
Que brotam como erva-daninha
Sempre e sempre.
Estou quieto numa morna solidão de tédio
E minha esperança é essa voz
Que ecoa sem se importar com nada.

Vem-me falar ainda uma vez!
Acalma-me neste país de solidão.
Traga-me um sopro de alento
Que morro de estar vivo.
Nesse insondável mistério de você
Que de tão perto se faz tão distante,
Pare de mostra-me que é preciso
Menos que a morte
Para me fazer morrer.



rachel dias de moraes

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