segunda-feira, janeiro 26


Às vezes, tenho a impressão
de que não devia publicar estas palavras
nascidas para viverem em surdina
ao teu ouvido.

Às vezes penso que deveria deixar no limbo
do coração
estas palavras de ti e para ti
e que tomaram imprevistamente
a forma de canção.

Estas palavras que te colhem toda
e te deixam nua,
e me dão a impressão de que também
tenho nu o coração, em plena rua.


j.g. de araújo jorge

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