segunda-feira, janeiro 5


O amor antigo vive de si mesmo
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino não nega a sentença.

O amor antigo tem raí­zes fundas,
feitas de sofrimento e beleza
Por aquelas mergulhas no infinito,
e por estas suplanta a natureza

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velo quanto mais amor ...



Carlos Drummond de Andrade

Um comentário:

Jcs disse...

Olá!

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