quarta-feira, setembro 30
Venha me beijar
Meu doce vampiro
Na luz do luar
Venha sugar o calor
De dentro do meu sangue...vermelho!
Tão vivo tão eterno...veneno!
Que mata sua sede
Que me bebe quente
Como um licor
Brindando a morte e fazendo amor...
Meu doce vampiro
Na luz do luar
Me acostumei com você
Sempre reclamando, da vida
Me ferindo, me curando..a ferida
Mas nada disso importa
Vou abrir a porta
Prá você entrar
Beija minha boca
Até me matar...de amor...
segunda-feira, setembro 28
"...O que torna uma pessoa especial é sua capacidade de viver intensamente por uma causa. São raras nos dias de hoje. Vive-se muito pela metade ultimamente. Pessoas que se empenham na realização de seus sonhos não se conformam com a uniformidade. Assumem o preço de serem diferentes e, geralmente, nadam contra a corrente. Isso requer coragem.
Coragem de ser, não simplesmente de fazer. Ser é mais difícil do que fazer, afinal, é no ser que o fazer encontra o seu sustento. Faço a partir do que sou. Não, o contrário. (...)
(...)No silêncio do coração, há um lugar que não sabe fazer nada. É lá que nos descobrimos em nosso primeiro significado. É ele também o nosso lado mais sedutor. É ele que faz com que as pessoas se apaixonem por nós. É justamente por isso que ele tem que ser bem descoberto, de maneira que, quando façamos o que quer que seja, tudo o que fizermos tenha as marcas do que somos. É simples. Realizo tudo a partir de minha particularidade. Sou único, ainda que imitado por muitos. (...)
(...)Sou muito mais do que posso dizer sobre mim mesmo. Você também. Por isso não gostaria que nossa conversa terminasse com uma pergunta pragmática, dessas que se escutam em todas as esquinas que costumamos freqüentar.
Opto por uma pergunta que não espera por resposta imediata, tão pouco pelo desconcerto da fala. Só lhe peço que honestamente debruce-se sobre ela: Quem é você?"
Padre Fábio de Melo
Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
— "Quem me dera que eu fosse aquela loura estrela,
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!
"Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
— "Pudesse eu copiar-te o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte armada e bela..."
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
— "Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda luz resume!"
Mas o sol, inclinando a rútila capela:
— "Pesa-me esta brilhante auréola de nume...
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Por que não nasci eu um simples vagalume?"
Machado de Assis
domingo, setembro 27
sábado, setembro 26
quinta-feira, setembro 24
Ah! arrancar às carnes laceradas
Seu mísero segredo de consciência!
Ah! poder ser apenas florescência
De astros em puras noites deslumbradas!
Ser nostálgico choupo ao entardecer,
De ramos graves, plácidos, absortos
Na mágica tarefa de viver!
…
Quem nos deu asas para andar de rastos?
Quem nos deu olhos para ver os astros
- Sem nos dar braços para os alcançar?!…
Florbela Espanca
quarta-feira, setembro 23
terça-feira, setembro 22
Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Como que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
Fernando Pessoa
segunda-feira, setembro 21
Diz tua boca: “Vem!”
“Inda mais!” diz a minha, a soluçar…Exclama
Todo o meu corpo que o teu corpo chama:
“Morde também!”
Ai! morde! que doce é a dor
Que me entra as carnes, e as tortura!
Beija mais! morde mais! que eu morra de ventura,
Morro por teu amor!
Ferve-me o sangue: acalma-o com teu beijo!
Beija-me assim!
O ouvido fecha ao rumor
Do mundo, e beija-me, querida!
Vive só para mim, só para a minha vida,
Só para o meu amor!
Olavo Bilac
domingo, setembro 20
quinta-feira, setembro 17
Sonhei comigo
esta noite
Vi-me ao comprido
Deitada
Tinha estrelas
nos cabelos
em meus olhos
madrugadas
Sonhei comigo
esta noite
como queria
ser sonhada
Senti o calor da mão
percorrendo uma guitarra
De longe vinha um gemido
uma voz desabalada
Havia um campo
de trigo
um sol forte
me abrasava.
E acordei
meio sonhando
procurando
me encontrar
Quando me vi
ao espelho
era teu
o meu olhar.
Eugénia Tabosa
quarta-feira, setembro 16
Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu…
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu…
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo…
eu te amo... eu te amo…
Cora Coralina
domingo, setembro 13
sábado, setembro 12
"Ora (direis) ouvir estrelas!
Certo Perdeste o senso!"
E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversarmos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto, Cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com ela? Que sentido Tem o que dizem,
quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
A cada toque
Me sinto mais tua
A cada suspiro
Te sinto mais meu
No ir e vir
Deste bailado alucinante
Vejo meu corpo se encaixar no teu
Na transpiração de minha pele
Sinto exalar minha paixão
Nos teu olhar refletido eu vejo
O brilho doce da sedução
Somos duas almas que se completam
Dois corpos em perfeita harmonia
Que se buscam, quer de noite ou de dia,
Pra saciar a fome do desejo
Cleide Jean
sexta-feira, setembro 11
quinta-feira, setembro 10
quarta-feira, setembro 9
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
terça-feira, setembro 8
Esta saudade és tu... E é toda feita
de ti, dos teus cabelos, dos teus olhos
que permanecem como estrelas vagas:
dos anseios de amor, coagulados.
Esta saudade és tu... É esse teu jeito
de pomba mansa nos meus braços quieta;
é a tua voz tecida de silêncio
nas palavras de amor que ainda sussurram...
Esta saudade são teus seios brancos;
tuas carícias que ainda estão comigo
deixando insones todos os sentidos.
Esta saudade és tu... é a tua falta
viva, em meu corpo, na minha alma, viva,
... enquanto eu morro no meu pensamento.
j.g.de araújo jorge
segunda-feira, setembro 7
domingo, setembro 6
Quando tenho em minhas mãos tua cabeça
e te sinto frágil, trêmula, vencida,
os olhos vidrados, num profundo langor...
Quando esqueço minha boca em tua boca,
em longos, longos momentos de ternura louca,
a fundir meu desejo ao teu desejo
no mesmo estranho calor,
tenho a impressão que o beijo é mais que beijo,
tenho a impressão de que aos poucos
nestes momentos loucos
te alimento de amor!
j.g. de araújo jorge
quinta-feira, setembro 3
Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova
Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora
Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
Eu peço somente
O que eu puder dar
Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta
Mesmo sem porquê eu te trago aqui
O amor está aqui
Comigo
Mesmo sem porquê eu te levo assim
O amor está em mim
Mais vivo
Porque eu sei que é amor...
Sérgio Brito/Paulo Miklos
quarta-feira, setembro 2
Dormi contigo a noite inteira junto ao mar, na ilha.
Selvagem e doce eras entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.
Talvez bem tarde os nossos
sonos se uniram na altura e no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento move,
em baixo como raízes vermelhas que se tocam.
Talvez o teu sono se separou do meu e pelo mar escuro
me procurava como antes, quando nem existias,
quando sem te enxergar naveguei a teu lado
e teus olhos buscavam o que agora – pão,
vinho, amor e cólera – te dou, cheias as mãos,
porque tu és a taça que só esperava
os dons da minha vida.
Dormi junto contigo a noite inteira,
enquanto a escura terra gira com vivos e com mortos,
de repente desperto e no meio da sombra o meu braço
rodeava a tua cintura.
Nem a noite nem o sonho puderam nos separar.
Dormi contigo, amor, despertei, e a tua boca
saída do teu sono deu-me o sabor da terra,
de água-marinha, de algas, de tua íntima vida,
e recebi o teu beijo molhado pela aurora
como se me chegasse do mar que nos rodeia.
Pablo Neruda
terça-feira, setembro 1
Se amar fosse fácil,
Não haveria tanta gente amando mal,
Nem tanta gente mal amada.
Se amar fosse fácil,
Não haveria tanta fome,
Nem tantas guerras,
Nem gente sem sobrenome.
Se amar fosse fácil,
Não haveria crianças nas ruas sem ter ninguém,
Nem haveria orfanatos,
Porque as famílias serenas adotariam mais filhos,
Não haveria filhos mal concebidos,
Nem esposas mal amadas.
Se amar fosse fácil,
Não haveria assaltantes
E as mulheres gestantes não tirariam seu feto,
Nem haveria assassinos,
Nem preços exorbitantes
Nem os que ganham demais,
Nem os que ganham de menos.
Se amar fosse fácil,
Nem soldados haveria,
Pois ninguém agrediria,
No máximo, ajudariam no combate ao cão feroz.
Mas, o amor é sentimento que depende de um "eu quero", seguido de um "eu espero"
E a vontade é rebelde, o homem,
Um egoísta que maximiza seu "eu".
Por isso, o amor é difícil.
Mas, não se ama por ser fácil,
Ama-se porque é preciso!
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Quem sou eu
- ...MEU UNIVERSO DE FELICIDADE
- ...sou uma mulher como todas do planeta, que merece amar e ser amada.
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