"Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados , amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz a praia,
...
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor,
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácio, e a sede infinita.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, setembro 11
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- ...sou uma mulher como todas do planeta, que merece amar e ser amada.
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