quarta-feira, maio 7

RUPTURAS INTERNAS


Um jovem que prometia ser uma das maiores promessas do balé do país, elogiado pelos maiores mestres do mundo, que dançou nos grandes palcos da França,Inglaterra e Austria,chamado Jairo Sethe é, hoje aos 34 anos, um mendigo de rua que perambula pelos jardins.Lucia Leme Ribeiro, advogada pela São francisco e com pós-graduação em Harvard, que chegou a ter um dos maiores escritórios do Rio de janeiro, na década de 70, vive hoje da mendicância e de doações de almas bondosas pelas ruas desse mesmo Rio, aos 59 anos.Milhares de outras pessoas vivem em situação semelhante por todo o mundo.Quando não. de forma tão drástica, pelo mesmo em melancolia similar ou próxima.Diante de atitudes inexplicáveis de extrema autodistruição, de auto-estima zerada, de uma desesperança total diante da vida, os terapeutas falam hoje em "rupturas internas".Do que se trata? Em termos pscanáliticos, de traumas fortíssimos e sequentes, muito além das possibilidades mentais e emocionais que levam a pessoa a distanciar-se dos impulsos positivos de sobrevivência, aqueles que nos levam a ter esperança, objetivos, vontades e força para conseguir o pretendido.Ou seja,as tais rupturas internas seriam a morte das nossas pretensões,a chama da vida em qualquer termo.Seriam o bloqueio do id ao ego,o corte dos desejos,Que geralmente, levam ao suicídio ou, quando não, a um desinteresse total a tudo que é externo, fazendo com que a pessoa premaneça alienada num mundinho interno que não estimula qualquer desenvolvimento.
O bravo de tudo isso é que elas não podem ser determinadas e classificadas pelos critérios estabelecidos pela sociedade, por aquilo que ela julga ser mais ou menos doloroso ou sofredor.Há coisas que podem parecer bobas, pequenas, desimportantes aos olhos alheios e que podem provocar grande rupturas.OS SINTOMAS? Talvez o que conseguimos esquecer, o que vem à mente quando não queremos, o que nos leva a pensar em extremos, como desistir de tudo ou até acabar com a vida, o que nos tirou por um tempo longo ou para sempre, a fé no humano ou numa força superior, o que nos tira o prazer e quase distrói a vontade.Acredito em rupturas menores, mas extremamente marcantes, que ficam como marcas em brasa nos nossos corações," cicatrizes d'alma" como dizia Fernando Pessoa, o mestre dessas rupturas.É preciso cuidado com elas.

LUIZ ALCA DE SANT'ANNA

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