
Deixa a chuva levar
a tua tristeza para passear
pelos ralos da cidade.
Deixa a tua agonia se esvaziar
e desaguar feito um rio, beira mar.
Deixa teu corpo afogar-se
e destilar os teus medos singelos
e pulverizar teus pesadelos no vento.
Esquece os cabelos
e as roupas e os sapatos
Abre teus braços e te entrega
perde teu rumo e navega.
Caminha devagar, ao léo
e, sob a chuva, deixa tuas dores
escorrem pelo asfalto.
Depois olha pro céu
e agradece pelas estrelas.
[Ana Paula Mangeon]
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