
entre a palavra dita e o silêncio,
engana-se quem pensa que tudo já foi dito.
existem pontos e vírgulas entre o visto, o dito e a pretensão
separações que nos corrói e cria, às vezes, subjetivas verdades.
não há fuga,
o suposto direito da criatividade,
mesmo que usada por bondade,
não anula ou muda a nossa verdade.
a cada um,
cabe assumir a sua identidade,
mostrar a própria face,
apontar seu desejo ambicioso, seja tal, pueril ou doentio.
sem que seja apenas ouvidos,
abra a boca, permita a língua,
empurra a porta afora.
e quando a maior vontade de falar,
tentar dominar sua razão,
cale-se!
não há silêncio que não se distenda
até a palavra sóbria, certa da sua colocação.
entre a palavra dita e o silêncio,
somos o intervalo.
Alê Quites
http://namastealequites.blogspot.com/
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