terça-feira, abril 29


ECO-MANUAL
por Monique Revillion

algumas dicas de como as pessoas, individualmente, podem agir de forma a minimizar seus impactos sobre o planeta. Tudo começa sobre a questão do aquecimento global causado pelo efeito estufa, que, resumidamente, se dá pela emissão de gases (como o dióxido de carbono, metano, entre outros) - provenientes em sua maior parte dos processos industriais - que se concentram na atmosfera e impedem o calor de sair.

Mas, há outros problemas, como a poluição em geral, a perda da biodiversidade, a extinção de espécies, o esgotamento dos recursos, etc, etc....

O que a gente tem a ver com isso?

Tudo, pois somos nós, seres humanos, que estamos, sistematicamente, causando estes problemas com nossa irresponsabilidade e visão de curto prazo. Todas as nossas escolham ratificam ou negam esse caminho.

A má notícia é que a situação é grave, e em alguns cenários, irreversível.

A boa notícia é que podemos tentar preservar o que resta, do ambiente, e do frágil equilíbrio que o sustenta.

Ok, somos incoerentes, imperfeitos, e nem sempre muito persistentes. Mas todo esforço vale a pena, e todos podemos colaborar.



Algumas dicas gerais:

- É preciso pensar sistemicamente, em relações, teias, pois é assim que a natureza é, e trabalha.

- Toda crise ambiental é também uma crise social, pois se estamos falando em escassez ou indisponibilidade de recursos, estamos falando também em como garantir um acesso justo e equilibrado a estes recursos. Portanto, o social e o ambiental estão intimamente relacionados.

- O planeta Terra é nossa terra-mãe, nossa base de sobrevivência, nossa e de muitas outras espécies animais e vegetais. O que garante a vida é a diversidade, a biodiversidade. Tudo o que temos em volta, TUDO, vêm da natureza: em algum momento já foi pedra, minério, petróleo, areia, árvore, rio, ou o que seja. Quando tiramos algo do ambiente, ou devolvemos algo a ele na forma de resíduos (sólidos, líquidos, gasosos), estamos causando um impacto. A pergunta que devemos fazer é: como posso causar o mínimo impacto possível ao ambiente?

- O futuro de um é o futuro de todos. Ou seja, nosso futuro é comum, estamos na mesma espaçonave, que é o nosso planeta, e de nossas ações e decisões hoje depende o nosso destino e das gerações futuras. É preciso estabelecer um compromisso ético entre e inter-gerações, que é a base do tal “desenvolvimento sustentável”.



Antes de passar as dicas propriamente ditas, vamos recapitular algumas idéias centrais:

a) Que tudo o que consumimos e utilizamos em nosso dia-a-dia vem da natureza, e tudo um dia voltará a ela, inclusive nós.

b) Que produtos e serviços que consumimos em nosso cotidiano, do fósforo ao elevador, do ônibus ao grampo de cabelo, do copo de cerveja ao serviço bancário, do banho de chuveiro ao jornal na esquina, do carro novo ao churrasco de fim de semana,TUDO, consome recursos, energia, processos, e utiliza recursos naturais e gera resíduos.

c) Podemos viver sem consumir? Não. Precisamos de algumas coisas básicas: oxigênio, comida, algum abrigo. O problema é que somos, hoje, mais de 6 bilhões de pessoas que o planeta precisa suportar, além de manter condições de vida para demais espécies e diversos ecossistemas. E enquanto alguns vivem com o básico, outros consomem por 10 ou 20.

d) Num cenário de intenso crescimento populacional, maior longevidade, consumismo, hedonismo, e extrema pressão sobre o ambiente natural, cada um pode tentar minimizar o seu impacto individual sobre o planeta, sua “pegada ecológica” (que calcular a sua? Vá em www.ecofoot.org ).

e) Há uma idéia básica que todos podem seguir: Reduzir, Reaproveitar, Reciclar. Ou seja, reduzir o que consumimos (“será que isso que quero comprar é absolutamente necessário?”), reutilizar (prolongar a vida útil do que quer que seja), e, finalmente, reciclar (quando já não nos serve mais, retornar aquilo a um novo ciclo, antes que vire lixo, ou resíduo.

f) Há dois movimentos necessários: desmaterializar o sistema (ou seja, reduzir a necessidade de extração de matérias-primas da natureza, e reduzir a emissão de poluentes e resíduos (pois a capacidade de absorção de nosso “lixo” e poluição pelo planeta mostra claros sinais de colapso).

g) Como tudo está relacionado com tudo, vejam bem: eu posso ter duas ou 20 bolsas, minha bolsa pode ter uma alça de madeira em extinção ou de madeira extraída de forma sustentável (com o selo FSC), pode ter rodado 50.000 ou 50 km, pode ter ajudado uma cooperativa de quilombolas no Pará ou o “Sr. Gucci”, pode ter ainda corantes naturais ou químicos no tecido....Escolhas, escolhas...


EIS ALGUMAS DICAS BÁSICAS:

· Consuma com parcimônia e responsabilidade. Verifique o que você está comprando, a origem, composição, informe-se sobre a empresa e suas práticas socioambientais, desde a produção até a distribuição, compare, pergunte, veja se o produto possui certificações de origem, selos, se você não está apoiando, com sua compra, uma empresa irresponsável e poluidora, o trabalho infantil ou o desmatamento da Amazônia. (sobre o tema ver (www.ethos.org.br; www.akatu.net, www.imaflora.org, entre outros!)

· Seja simples. A felicidade não está nos objetos, está na qualidade de sua vida e de suas relações. (veja o livro Simplicidade Voluntária, Ed. Cultrix)

· Seja consciente. Todos nossos atos trazem impactos e reações, fortalecem ou enfraquecem determinadas idéias e convicções, reforça ou não um determinado “way of life”. Reflita sobre seus hábitos, práticas e responsabilidades como indivíduo, cidadão e como consumidor.

· Seja participativo: informe-se, troque opiniões, dissemine informação, posicione-se. A causa ecológica é de todos, e dela dependemos todos. (mais em www.greenpeace.org.br; www.wwf.org.br; www.amigosdaterra.org.br ,www.fgaia.org, entre muitos outros)

· Seja solidário com as demais formas de vida, desta variedade e diversidade depende a nossa sobrevivência. Somos todos um.

· Retome sua ligação com o planeta. Pare e observe o seu entorno, religue-se com a natureza, com seus mistérios, fazemos parte dela.



E, NO DIA-A-DIA:

· Sempre que possível, ande mais a pé (faz bem à saúde) e utilize mais transportes coletivos, o ar de sua cidade (e de seus pulmões) agradece!

· Organize, em sua escola ou empresa, mutirões de caronas, além de divertido, serão menos emissões de CO2 por aí.

· Ao fazer compras, tenha em mente que você pode comparar, optar, mudar, veja quais são os atributos socioambientais daquele produto ou serviço e exerça seu poder de escolha.

· Se possível, consuma menos carne, ou seja vegetariano....de qualquer forma, verifique a origem, formas de cultivo e de produção de seus alimentos. E prefira produtores próximos, eles viajaram menos para chegar até você (e portanto, poluíram menos em caminhões, trens, navios ou aviões por aí).

· Procure consumir alimentos livres de agrotóxicos. Os agrotóxicos podem causar danos ao meio ambiente e a sua saúde. Dê preferência a produtos orgânicos.

· Utilize os dois lados da folha de papel para escrever, rascunhar ou imprimir. Pense, antes de imprimir algo, se é mesmo necessário. Aproveite melhor a área do papel e use menos tinta na impressão (regule a qualidade da impressão). Para cada tonelada de papel que se recicla quarenta árvores deixam de ser derrubadas.

· Cuidado com os materiais de limpeza...seja parcimonioso no uso, muitos deles são tóxicos e vão parar no rio onde coletam a água que vamos beber mais tarde. Pobres peixes. E a maioria das sujeiras se resolve com sabão comum, e só.

· Preste atenção na sua casa, revestimentos, utensílios, tintas, objetos: de onde vêm, como foram produzidos, a partir de que?

· Preste atenção nas suas compras diárias, leve a consciência para o supermercado e para o shopping.

· Se o ferro de passar roupa for automático, regule sua temperatura. Passe primeiro as roupas delicadas, que precisam de menos calor. No final, depois de desligá-lo, você ainda pode aproveitar o calor para passar algumas roupas leves.

· Já que estamos falando em energia: reduza seu consumo. Apague luzes, desligue eletrodomésticos, veja se sua casa, empresa ou cidade pode usar alternativas de energia renováveis (solar, eólica, hidrogênio – quando estiver disponível...)

· Na hora de comprar, dê preferência a lâmpadas fluorescentes, compactas ou circulares, para a cozinha, área de serviço, garagem e qualquer outro lugar da casa que fique com as luzes acesas por mais de quatro horas por dia. Além de consumir menos energia, essas lâmpadas duram mais que as outras.

· Evite acender lâmpadas durante o dia. Aproveite melhor a luz do sol, abrindo janelas, cortinas e persianas. Apague as lâmpadas dos ambientes quando estiverem desocupados;

· Para quem vai pintar a casa, é bom lembrar que tetos e paredes de cores claras refletem melhor a luz, reduzindo a necessidade de luz artificial.

· Aliás, se você for construir, consulte especialistas ou possibilidades de edificações ecologicamente mais adequadas. Atenção engenheiros, arquitetos, urbanistas...

· Plante árvores, proteja as já existentes, bem como todo o entorno natural de onde você vive.



ÁGUA

· Conserte vazamentos e canos furados, água está sendo desperdiçada.

· Não ligue o chuveiro se não estiver pronto para o banho, nem deixe a água correndo enquanto escova os dentes, são dezenas ou centenas de litros de água tratada jogados fora por dia.

· Regule a vazão de torneiras, a redução é significativa em termos de litros/hora. É possível instalar redutores de vazão em torneiras, e “aeradores” em chuveiros, eles reduzem a vazão da água e dão a sensação contrária.

· Se possível, desligue a água enquanto se ensaboa.

· Verifique o hidrômetro de sua casa, pode haver alguma fuga de água não percebida.

· Quando construir ou reformar, dê preferência às caixas de descarga no lugar das válvulas; ela consomem menos água.

· Ao lavar a louça, use uma bacia ou a própria cuba da pia para deixar os pratos e talheres de molho por alguns minutos antes da lavagem. Isso ajuda a soltar a sujeira. Depois, use água corrente somente para enxaguar;

· Se usar a máquina de lavar louça, ligue-a somente quando estiver com toda sua capacidade preenchida;

· Deixar as roupas de molho por algum tempo antes de lavar também ajuda aqui;

· Ao esfregar a roupa com sabão use um balde com água que pode ser a mesma do molho e mantenha a torneira do tanque fechada. Água corrente somente no enxágüe!

· Use o resto da água com sabão para lavar o seu quintal;

· Se tiver máquina de lavar, use-a sempre com a carga máxima e tome cuidado com o excesso de sabão para evitar um número maior de enxágües;

· Aproveite sempre que possível a água da chuva. Você pode armazená-la em recipientes colocados na saída das calhas e depois usá-la para regar as plantas. Só não se esqueça de tampar esses recipientes para que não se tornem focos de mosquito da dengue!

· para lavar o carro use balde em vez de mangueira.

· Ao limpar a calçada, use a vassoura, e não água para varrer a sujeira! Depois, se quiser, jogue um pouco de água no chão, somente para “baixar a poeira”. Para isso, você pode usar aquela água que sobrou do tanque...



LIXO

· Não jogue lixo nenhum na rua, isso traz sérios problemas aos moradores nas épocas de chuva, com entupimento de bueiros e estrangulamento dos corredores de água.

· Separe o lixo orgânico do lixo seco (reciclável) e dê a destinação correta a estes resíduos.

· Se possível, faça compostagem de resíduos orgânicos, produzindo adubo orgânico em casa ou mesmo em apartamentos. Na web há vários sites que ensinam diferentes técnicas de compostagem.

· Um dia, programe uma visita ao aterro sanitário de sua cidade, ou procure saber para onde o lixo de seu município é direcionado e se está sendo devidamente tratado. Assuma sua responsabilidade sobre seus resíduos.

· Doe livros, roupas, brinquedos e outros bens usados que para você não têm mais serventia, mas que podem ser úteis a outras pessoas.

· Leve sacola própria para fazer suas compras, evitando pegar as sacolas plásticas fornecidas nos supermercados. Para o transporte de compras maiores, utilize caixas plásticas ou de papelão, reutilizáveis.

· Procure comprar produtos reciclados sempre que possível, em detrimento dos feitos com material virgem.

· Escolha produtos que utilizem pouca embalagem ou que tenham embalagens reutilizáveis ou recicláveis.

· Não jogue lâmpadas, pilhas, baterias de celular, restos de tinta ou produtos químicos no lixo. As empresas que os produzem estão sendo obrigadas por lei a recolher muitos desses produtos (informe-se junto às empresas de pilhas, lâmpadas, baterias e celulares - e mesmo computadores - ou com o departamento de lixo de seu município).

· Leve remédios, os que não usa e os vencidos, a um posto de saúde próximo. Eles saberão dar-lhes destino adequado;
· Separe o lixo e encaminhe os produtos para reciclagem. Tente organizar em seu edifício, rua, bairro ou condomínio um sistema de coleta seletiva. Cada morador separa em sua residência materiais como vidro, plástico, latas de alumínio, papel, papelão e material orgânico, colocando-os em locais próprios. Informe-se nas companhias municipais de limpeza sobre a existência de cooperativas de catadores que poderão fazer a coleta em sua residência. Algumas empresas que fazem reciclagem recolhem, elas mesmas, o lixo já separado;

· procure se informar sobre as iniciativas de sua Prefeitura/Comunidade com relação ao lixo reciclável. Cobrar iniciativas e novos projetos de vereadores e prefeitos faz parte do nosso papel de consumidor. Também devemos estar informados das iniciativas já existentes, por mais simples que possam ser. Algumas instituições (igrejas e associações comunitárias) recebem material reciclável e com a venda arrecadam algum dinheiro que é destinado para obras sociais. Já existem empresas que compram esse material e, dependendo da quantidade, retiram-no periodicamente.


fonte http://www.megeras.com/index.php?itemid=3464

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