domingo, maio 18


Estar novamente com o silêncio, esse velho companheiro…


Confessar o que nos aflige, e o que nos causa mágoa. Faz-me sentir perto, tão perto de ti e pensar em tudo o que somos, e em tudo o que nos une – mil vezes maior do que o que nos separa.



Palavras que podíamos nunca ter dito, mas dissemos; outras que tanto desejámos ter dito, e que secretamente escondemos.



Tanto que poderia nunca ter acontecido mas aconteceu…. E de tudo, estes momentos, o que de melhor em nossas vidas, ficou... perpetuamente! Gestos, murmúrios, silêncios que pertenciam à imaginação e não à realidade, são agora o que nos une, a cada segundo, que fujo e te procuro... e te encontro, encontrando-me.



E tanto, imensamente tanto, tanto já aconteceu. De bom, de mau, em nossas vidas... mas de tudo, é a bola do fogo a cair no oceano, que lembramos... E os teus/meus olhos fundidos num só sentir. Pensa, o espelho e o fundo – são isso não são?



O que são estas memórias serenas, estas ideias peregrinas que nas noites frias me aquecem e apaziguam a alma senão a chama desta vontade e deste querer de te amar e de te ter? E de que um dia, viveremos, nem que seja um só segundo, o momento pelo qual chegámos hoje aqui.





"Sei de ti mais do que queria, numa palavra, diria, sei te de cor..."





Sabes, se voltar a ser “cega”, quero viver com a alegria de ter visto o que poucos veêm! E se um dia emudecer, espero primeiro poder ter dito aos teus ouvidos, o que me enlouqueces, o quanto te amo... E se, sem mão um dia ficar, restará a lembrança da sinfonia, dos poemas que tecemos a quatro mãos...





:: Sussurros da Lua
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