domingo, maio 18


QUERO UM AMOR PROIBIDO

Antes de morrer queria muito viver
Um exuberante amor proibido,
Daqueles que ninguém haja tido
Para sentir nas veias correr
O sangue, tal qual a lava dum vulcão,
Queimando tudo, deixando só brasas.
Um amor que me transporte em suas asas,
Que não confesse que o seu coração
A outro amor há muito tempo pertence.
Mesmo assim, entregar-me-ia sem pensar,
Porque nada me impede de sonhar,
Como um bufão sob a lona circense,
No palco, onde seu encanto o transfigura,
Ao lembrar a mulher do seu passado
Que o fazia sentir-se feliz, amado,
Esconde a dor que no peito perdura.
Antes de morrer queria muito viver
Esse amor que causa tanta ansiedade
Que é antítese da felicidade,
Fonte do prazer e do muito sofrer.
Maria Hilda de J. Alão.

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