sábado, fevereiro 28
Meu frágil coração, para que adoras,
Para que adoras, se não tens ventura?
Se uns olhos, de quem ardes na luz pura,
Folgando estão das lágrimas que choras?
Os dias vês fugir, voar as horas,
Sem achar neles viso de ternura
E inda a louca esperança te figura
O prêmio dos martírios que devoras!
Desfaze as trevas de um funesto engano,
Que não hás de vencer a inimizade
De um gênio contra ti sempre tirano:
A justa, a sacrossanta divindade
Não força, não violenta o peito humano,
E queres constranger-lhe a liberdade?
Trecho de OS AMORES de Bocage
sexta-feira, fevereiro 27
Quem pode definir o Amor?
O amor é uma manhã radiosa
É um sol em pleno inverno
Que aquece o coração.
Amor... É chuva de verão
É clarão na escuridão
É vulcão em erupção
Que queima o coração.
O Amor... É música ao longe
Que em surdina chega
E embala o coração.
O amor... é paz, é inquietação,
É dor, alegria
Em nosso coração.
O Amor... É uma oração
Que só sabe rezar
Quem sabe amar.
O amor... É um toque divino,'
É a coisa mais bela
Que deus deixou na Terra.
O Amor... Só pode definir o Amor
Quem já amou alguma vez.
Ismênia Fonseca Faraone
quinta-feira, fevereiro 26
quarta-feira, fevereiro 25
Quantos labirintos, tem meu coração
Prá eu me perder.e te encontrar
Quantas avenidas, tem o seu olhar
Prá te seguir,e me guiar
Meu coração me leva
Perto demais do seu
Meu coração nem sabe por que
O meu amor é bem maior que eu
Quem sabe o destino, ainda vai juntar
O céu e o mar, eu e você
Quem de nós um dia, iria imaginar
Que o amor pudesse acontecer
Seu coração é livre
Tanto que prende o meu
Seu coração nem sabe por que
o meu amor é tão igual ao seu.........
zé ramalho
terça-feira, fevereiro 24
E então soprou um vento de ternura intensa.
E as nuvens se dispersaram, e eu vi que meu coração emergia
como um alto cume de montanha, dourado de sol,
musicado de pássaros e águas.
Olhava teus olhos, tuas mãos, teus cabelos, teu corpo...
Teu corpo era como um caminho sinuoso por onde saí desesperado
a procurar-te.
E, de repente, tomei-te nos braços, afaguei-te a cintura,
recolhi-te ao meu peito.
Teu coração inquieto pulsava mais que o córrego das montanhas,
batia asas de pássaro encandeado.
E de repente saímos livres e felizes, como simples animais de Deus
com a direção dos ventos.
Faminto, colhi-te como um fruto! Sedento, bebi-te como a água!
Marquei meus dentes em tua carne
e escorreste pela minha boca, pelo meu pescoço, pelo meu peito.
Meus braços foram tuas formas. Minhas mãos te conheceram.
Desmanchei-te os cabelos, e me perdi.
Nossas bocas se uniram, e se esqueceram.
Tatearam meus lábios escalando cumes, devassando vales.
E fiquei em ti, vivo e silencioso, como o sangue nas veias,
como a seiva na raiz.
E desci sobre ti e me entranhei, como a chuva descendo e molhando.
E quando falamos: era música. em tua vida!
j.g.de araújo jorge
segunda-feira, fevereiro 23
domingo, fevereiro 22
Irremediavelmente aprisionado
indubitavelmente acorrentado
iludidamente alucinado
insanamente descontrolado
incrivelmente debilitado
incessantemente agitado
imparcialmente abobalhado
infinitamente fascinado
inusitadamente poetizado
impossivelmente libertado
impacientemente irritado
simplesmente apaixonado.
Bruno Ramalho
O azul... do céu
o branco... das núvens
O verde mesclado com o azul... do mar.
De que cor eu gosto?
O verde das plantas
O branco da neve
o bege da areia.
De que cor eu gosto?
A transparência da água
A transparência do ar
A transparência das lágrimas.
De que cor eu gosto?
Da tinta no papel
que expresse meus pensamentos.
Não posso fugir de todas as cores.
Paulo de Souza Carvalho
sábado, fevereiro 21
quinta-feira, fevereiro 19
“Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.”
“Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.”
“Eu nem sequer sou poeta: vejo”
“O essencial é saber ver
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê.”
“Eu não tenho filosofia: tenho sentidos”
“É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.”
alberto caieiro
quarta-feira, fevereiro 18
terça-feira, fevereiro 17
"Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água."
Álvaro de Campos
Quando não me ouves estou gritando por ti
Com todas minhas forças
Como se fosse uma súplica
Quando não me vês
Estou perto de ti em espírito
Pois se não sou livre de corpo
Ainda assim minha alma é livre
Quando você não me toca
Minhas palavras te fazem uma eterna carícia
E meu pensar em ti é como a estrofe eterna
de um poema rasgado
Que não se vê nem se toca
Mas resiste para sempre na lembrança dos amantes
Benno Waldemar Assmann
domingo, fevereiro 15
ao regar o teu jardim
não imagines a futuro da flor
não há depois para ela
há o teu gesto fértil
e a atitude da água
que brota da tua mão
e isso é o suficiente
tudo o mais são conjecturas
o rio precisa passar
livre em sua essência
o movimento deve ser ilimitado
no transbordar do acaso
não advinhes o depois do teu jardim
ele evapora a sapiência do imprevisto
ele é por si
e cumpre o seu agora
não temas
esvazia-te
aceita o espaço do nada
confia
e permite que o jardim
revele o súbito das pétalas
abandona na terra mãe
tuas buscas ansiosas
tua pressa diante da semente
solta-te
a flor sabe o tempo certo
de perfumar
kk
sábado, fevereiro 14
sexta-feira, fevereiro 13
quinta-feira, fevereiro 12
quarta-feira, fevereiro 11
Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
- Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
que arde no eterno azul, como uma eterna vela !
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
- Pudesse eu copiar o transparente lume,
que, da grega coluna á gótica janela,
contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela !
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
- Misera ! tivesse eu aquela enorme, aquela
claridade imortal, que toda a luz resume !
Mas o sol, inclinando a rutila capela:
- Pesa-me esta brilhante aureola de nume...
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Porque não nasci eu um simples vaga-lume?
Machado de Assis
segunda-feira, fevereiro 9
domingo, fevereiro 8
sábado, fevereiro 7
Eu te beijei e muito, muito te beijei
como se beija dos beijos de lábios que evocam
perfumes que se enolam e o beijo tornam
enlace em nós do que de nós rescende
a rosa e mais beijos,
como os beijos de que te beijei
Eu te beijei e mais ainda te beijo
do sôfrego beijar das vocações para o amar
com beijos e mais,... muitos mais beijos
além do possível de se dar
na boca, língua e lábios queridos para mais beijar
dos beijos de que te beijei
Eu te beijarei e a ti sempre e mais beijarei
de beijos daqueles que fazem da mulher amada
a legítima mulher de beijar
com os beijos e todos os mais beijos
do seduzido prostrando-se a beijar
toda a desejada mulher sonhada
para mais e mais beijar
Eu te afogarei dos beijos de todos os tempos
e beijos que te dei, te levo e aspirjo ao vento
que te beija do meu sal, do meu céu, do meu mar
e da ânsia, carência, volúpia e fome do teu beijar
até que me afogue contigo no oceano de beijos
que por tanto e pelos deuses guardei para te beijar
Claudio Silva
quinta-feira, fevereiro 5
quarta-feira, fevereiro 4
Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.
Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, fevereiro 2
Busquei-te pela noite enluarada,
num céu de estrelas amplamente cheio;
por entre os róseos seios da alvorada,
onde os meus sonhos de ilusões permeio.
Busquei-te junto ao mar, no vero anseio
de te sentir, risonha e enamorada;
na minha prece augusta e sublimada,
bem junto a Deus, no imaculado seio.
E quanto mais buscava e não te via,
mais esperança no meu peito ardia,
como uma argêntea chama a tremular.
E hoje, distante já do meu roteiro,
após ter vasculhado o mundo inteiro,
retorno, na ânsia vã de te encontrar.
Humberto Del Maestro
domingo, fevereiro 1
Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz - disse ele depois de um tempo - temos um pequeno período de tranquilidade. Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós, e infestar todo o ambiente em que vivemos. Começamos a nos tornar cruéis com aqueles que nos cercam, e finalmente passamos a dirigir esta crueldade contra nós mesmos. Surgem as doenças e psicoses. O que queríamos evitar no combate - a decepçao e a derrota - passa a ser o único legado de nossa covardia. E, um belo dia, os sonhos mortos e apodrecidos tornam o ar difícil de respirar e passamos a desejar a morte, a morte que nos livrasse de nossas certezas, de nossas ocupaçoes, e daquela terrível paz das tardes de domingo.
(em O diário de um Mago)
Paulo Coelho
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- ...sou uma mulher como todas do planeta, que merece amar e ser amada.
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