segunda-feira, junho 30
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos
domingo, junho 29
Louco...
Amar não é ontem.
Nem depois.
Tem de ser hoje. Sempre. Com força. Muita.
Não te perdi ontem.
Nem depois.
Fugiste hoje. Secretamente. De mim...
Sorrio. Choro. Bato em mim mesmo.
Assim, pancadas duras. Ocas.
Vazias de ti...
...De mim. Falo, berro, grito. Omito palavras loucas.
Culpo o vazio. O cheio. O universo. Culpo-te a ti.
Por não me teres obrigado.
Por não me teres forçado.
Eu queria amar.
Eu quero amar!
Por favor, um tiro.
Já não tenho mais pulsos para cortar.
É este o fado dos incautos.
Dos fracos, dos que vivem de cinzas.
Aqueles que pegam na fruta, mas não compram.
Olham as vitrinas, enquanto adornam os passeios.
Fui desses, dos que te amaram.
Pensaram.
Tocaram.
Cheiraram.
Beijaram (doce, demasiado doce!).
Tremi-te um pouco. Apenas um pouco.
Vou-me assim, de coração gelado. Louco.
Morria por mais sorriso. Morria pelo que fosse...
Pedro
http://mardaslamentacoes.blogspot.com/
"Você Pode
Você pode curtir ser quem você é, do jeito que você for, ou viver infeliz por não ser quem você gostaria.
Você pode olhar com ternura e respeito para si próprio e para as outras pessoas ou com aquele olhar de censura, que poda, pune, fere e mata, sem nenhuma consideração para com os desejos, limites e dificuldades de cada um, inclusive os seus.
Você pode amar e deixar-se amar de maneira incondicional, ou ficar se lamentando pela a falta de gente à sua volta.
Você pode deixar como está para ver como é que fica ou com paciência e trabalho conseguir realizar as mudanças necessárias na sua vida e no mundo à sua volta.
Você pode deixar que o medo de perder paralise seus planos ou partir para a ação com o pouco que tem e muita vontade de ganhar.
Você pode amaldiçoar sua sorte ou encarar a situação como uma grande oportunidade de crescimento que a vida lhe oferece.
Você pode mentir para si mesmo, achando desculpas e culpados para todas as suas insatisfações ou encarar a verdade de que, no fim das contas, sempre você é quem decide o tipo de vida que quer levar.
Você pode escolher o seu destino e, através de ações concretas caminhar firme em direção a ele, com marchas e contramarchas, avanços e retrocessos, ou continuar acreditando que ele já estava escrito nas estrelas e nada mais lhe resta a fazer senão sofrer.
Você pode viver o presente que a Vida lhe dá ou ficar preso a um passado que já acabou – e, portanto não há mais nada a fazer -, ou a um futuro que ainda não veio - e que portanto não lhe permite fazer nada.
Você pode ficar numa boa, desfrutando o máximo das coisas que você é e possui ou se acabar de tanta ansiedade e desgosto por não ser ou não possuir tudo o que você gostaria.
Você pode engajar-se no mundo, melhorando a si próprio e, por consequência, melhorando tudo que está à sua volta ou esperar que o mundo melhore para queentão você possa melhorar.
Você pode continuar escravo da preguiça ou comprometer-se com você mesmo etomar atitudes necessárias para concretizar o seu Plano de Vida.
Você pode aprender o que ainda não sabe ou fingir que já sabe tudo, e não precisa aprender mais nada.
Você pode ser feliz com a vida como ela é ou passar todo o seu tempo se lamentando pelo que ela não é.
A escolha é sua e o importante é que você sempre tem escolha.
Pondere bastante ao se decidir, pois é você que vai carregar - sozinho e sempre - o peso das escolhas que fizer..."
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Cecília Meireles
O sonho
Se não tiver nessa padaria
Procure naquela outra logo adiante,
Mas se a prateleira também estiver vazia
Não troque ainda o seu sonho por um refrigerante.
Segue, e duas quadras depois da livraria
Uma confeitaria muito elegante
Também vende sonhos... Mas que ironia:
Acabou de ser comido o sonho gigante...
Mas não desista ainda. Vai em frente.
Sonho que é sonho é sempre persintente,
Por isso nunca deixe de sonhar...
Persiga seu sonho na confeitaria
Ou no imporoviso de alguma poesia...
Só toma cuidado na hora de acordar...
Deixa a chuva levar
a tua tristeza para passear
pelos ralos da cidade.
Deixa a tua agonia se esvaziar
e desaguar feito um rio, beira mar.
Deixa teu corpo afogar-se
e destilar os teus medos singelos
e pulverizar teus pesadelos no vento.
Esquece os cabelos
e as roupas e os sapatos
Abre teus braços e te entrega
perde teu rumo e navega.
Caminha devagar, ao léo
e, sob a chuva, deixa tuas dores
escorrem pelo asfalto.
Depois olha pro céu
e agradece pelas estrelas.
[Ana Paula Mangeon]
Soneto do Amor Total (Vinícius de Morais)
Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude
AMO-TE
Amo-te como a planta que não floriu e tem
dentro de si, escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.
Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te diretamente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,
a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono.
Pablo Neruda
sábado, junho 28
Como te amo? Deixa-me contar os modos.
Amo-te ao mais fundo, amplo e alto
Minh’alma pode alcançar, além dos limites visíveis
E fins do Ser e da Graça ideal.
Amo-te até ao nível das mais diárias
E ínfimas necessidades, à luz do sol e das velas.
Amo-te com liberdade, como os homens buscam por Justiça;
Amo-te com pureza, como voltam das Preces.
Amo-te com a paixão posta em uso
Nas minhas velhas mágoas e com a fé da minha infância.
Amo-te com um amor que me parecia perdido
Com meus Santos perdidos - amo-te com o fôlego,
Sorrisos, lágrimas, de toda a minha vida! - e, se Deus quiser,
Amar-te-ei melhor depois da morte.
Elizabeth Barrett Browning
sexta-feira, junho 27
-Olha aqui
Preste atenção
Essa é a Nossa Canção
Vou cantá-la seja aonde for
Para nunca esquecer
O nosso Amor
O nosso Amor...
Veja bem, foi você
A razão e o porquê
De nascer esta canção assim
Pois você é o amor
Que existe em mim...
Você partiu
E me deixou
Nunca mais você voltou
Prá me tirar da solidão
E até você voltar
Meu bem eu vou cantar
Essa Nossa Canção!...
Veja bem, foi você
A razão e o porquê
De nascer esta canção assim
Pois você é o amor
Que existe em mim...
Você partiu
E me deixou
Nunca mais você voltou
Prá me tirar da solidão
E até você voltar
Meu bem eu vou cantar
Essa Nossa Canção!...
Eis que alguém se aproximou de Jesus e perguntou: ” Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna? “…
…Respondeu-lhe Jesus: “…Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos”…
…E ele declarou: “…tenho obedecido desde a minha adolescência, o que me falta ainda? “
Jesus olhou para ele e o amou. ” Falta-lhe uma coisa “, disse ele. ” Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me “.
Diante disso ele ficou abatido e afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas.
Jesus olhou ao redor e disse aos seus discípulos: ” Dificilmente um rico entrará no Reino de Deus…”
…Os discípulos ficaram perplexos e perguntaram: ” Sendo assim, quem pode ser salvo? “
Jesus respondeu: ” O que é impossível para os homens é possível para Deus “.
Pedro lhe disse: ” Nós deixamos tudo o que tínhamos para seguir-te! “
Jesus respondeu: ” Digo-lhes a verdade: Ninguém há que tenha deixado casa, mulher, irmãos, pais, filhos, ou campos por causa do Reino de Deus, que não receba, já no presente, muitas vezes mais, e, na era futura, a vida eterna “.
Crer na existência de Deus, e Amá-lO de todo o nosso ser (alma), de todo o nosso entendimento e de todo o nosso coração, é desejar compreender e executar a Sua vontade, mesmo diante das dificuldades aparentes no cumprimento de certos mandamentos.
Somos continuamente analisados em nossa fé, a cada tomada de atitude referente aos ensinamentos deixados por J.C.
Não devemos simplesmente optar por não segui-los, e nos afastarmos como fez o homem acima, sem ao menos questionar junto ao Espirito Santo de Deus, quais são as nossas chances de vencer os limites humanos, para compreender e executar os mandamentos espirituais em Deus.
Se é impossível aos homens se libertarem de seus valores materiais e da segurança que eles representam, em prol da Fé em Deus, e também abandonar todos os conceitos humanos herdados pela sociedade que os cerca, Pais, esposa, filhos, irmãos, e campos (trabalhos), com suas respectivas imposições, dependência, e cobranças; saibam que, com a ajuda de Deus, livrar-se de todos estes conceitos (grilhões) para se ter acesso à eternidade, e alcançar a salvação, é perfeitamente possível; basta querer.
Como garantiu J.C.(e ele não mente!), ao nos submetermos aos cuidados de Deus, recebemos muitas vezes mais, já no presente! Nada falta àquele que acredita e executa integralmente a vontade de Deus; adquirimos o reconhecimento e o respeito de toda a sociedade que nos cerca, nossos oponentes e nossos inimigos tornam-se nossos admiradores, e amigos; absolutamente todos os obstáculos e dificuldades desta vida desaparecem diante dos frutos provenientes das verdades de Deus.
Deus, nosso Pai, não veio impor mandamentos impossíveis aos seus filhos, veio nos propor uma Aliança espiritual, um relacionamento intenso, profundo e verdadeiro no mais íntimo de nosso ser, de nossa fé; nos oferecer ajuda para a compreensão e o cumprimento de Sua Vontade, e nos conduzir pela estrada que leva ao Seu Reino.
E eu pergunto:
Fé é a certeza das coisas que esperamos? (e desejamos?)
Ou é a convicção de fatos (e isto inclui as vontades de Deus, que são fatos verdadeiros!) que não vemos?
Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem d’Ele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam.
ROSAS PARA VOCÊ
Um senhor, na faixa dos 60 anos, foi um dia convidado por um colega de trabalho para assistir uma reunião espírita, que acontecia aos sábados à tarde, em sua residência paulistana. Embora relutando porque morava em Santos, não gostava de sair da toca e pelo frio daquela tarde de junho, resolveu ir. A família até estranhou quando ele avisou, pela manhã, que não iria almoçar e que viajaria à capital.
Era uma atitude tão incomum... O expressinho o deixou na porta da casa e ele chegou atrasado, sentando-se no fundo da sala para não atrapalhar. Logo percebeu que se tratava de um encontro espiritualista sério, composto de pessoas que ali estavam unicamente para fazer o bem e compreender a mensagem Kardecista. A reunião já estava quase no fim, quando a senhora que psicografava , perguntou
- "quem é fulano?".
Ele levou um susto quando ouviu o seu nome.
- "Tenho uma mensagem para o senhor, ouça: Rosas para você mamãe, um beijo. Bebel".
Do susto passou para o aturdimento: que mensagem seria aquela? Não conhecia nenhuma Bebel e nem entendia aquela expressão cifrada de alguém que enviava rosas para a mãe.
Mas, evidentemente, recebeu-a com respeito e guardou no bolso o bilhete que lhe foi entregue.
Terminada a reunião, saiu rápido, subindo a Av. Paulista para tomar um táxi que o levasse até o local onde pegaria um ônibus. Fazia muito frio às seis da tarde. De repente, veio à mente uma vontade enorme de rever um amigo de faculdade que morava ali numa transversal e que não via há vinte anos pelo menos. Que estranho, logo ele que não costumava visitar ninguém e tinha pavor de viajar à noite!
Foi um impulso tão forte, tão forte, que quando percebeu estava à porta da casa do amigo.
Tocou a campainha e depois de segundos, que pareceram horas, o querido companheiro abriu a porta. Os anos haviam passado, os cabelos de ambos eram grisalhos, as silhuetas se arredondaram e os olhares aparentavam o indiscutível cansaço da caminhada.
Abraços, emoção, trocas habituais de perguntas sobre outros amigos comuns, carinho e o convite dele e da mulher para que ficasse para jantar.
Diante da insistência, acedeu. À mesa, os papos continuaram saudosos e queridos. Há nos encontros com os amigos de infância e adolescência um rol de emoções e lembranças que não existe com as amizades posteriores, por mais amplas e íntimas que sejam. Quando sentaram-se à sala novamente e a esposa pediu licença para pegar a bandeja do cafezinho, o anfitrião falou baixo e de voz embargada
- "você não imagina o bem que nos fez vindo aqui hoje, a Sílvia estava precisando muito de distração. Com certeza você não soube que a nossa filha mais nova, Isabel, que nós chamávamos de Bebel, morreu num acidente há um ano. Era a alegria da casa, já que meus dois filhos vivem fora do País e só nos visitam de vez em quando."
- "Mesmo depois de casada, Bebel continuou morando aqui perto para nos fazer companhia. Hoje é aniversário da Sílvia e parece que ainda estou vendo nossa filha entrar por essa porta como fazia todos os anos, cantando Parabéns a Você e trazendo um ramo de rosas vermelhas, as preferidas da mãe. Tanto é que até comprei as flores que estão naquele vaso, mas é completamente diferente, é claro".
Os minutos seguintes foram da mais forte emoção.
Dele, ao contar quase sem fôlego o acontecido durante a tarde e de um pai, que ouvia, chorando, os desígnios do grande mistério além do espaço e do tempo. O mensageiro nem quis esperar a volta da mãe, com o café. Preferia não participar do momento do casal, pedindo ao amigo que o relatasse; era apenas e simplesmente o veículo portador.
Ao sair e passar perto da mesa onde estavam as rosas, tirou o bilhete do bolso e deixou-o ao lado.
Era o cartão que faltava.
Escrita por Luiz Gonzaga Alca de Sant'ana para o jornal A Tribuna de Santos
Publicada na lista Mensagem da Paz
Conta-se que um jovem caminhava pelas montanhas nevadas da velha Índia, absorvido em profundos questionamentos sobre o amor, sem poder solucionar suas ansiedades.
Ao longo do caminho, à sua frente, percebeu que vinha em sua direção um velho sábio. E porque se demorasse em seus pensamentos sem encontrar uma resposta que lhe aquietasse a alma, resolveu pedir ao sábio que o ajudasse. Aproximou-se e falou com verdadeiro interesse:
- Senhor, desejo encontrar minha amada e construir com ela uma família com bases no verdadeiro amor.
- Todavia, sempre que me vem à mente uma jovem bela e graciosa e eu a olho com atenção, em meus pensamentos ela vai se transformando rapidamente.
- Seus cabelos tornam-se alvos como a neve, sua pele rósea e firme fica pálida e se enche de profundos vincos.
- Seu olhar vivaz perde o brilho e parece perder-se no infinito. Sua forma física se modifica acentuadamente e eu me apavoro.
- Desejo saber, meu sábio, como é que o amor poderá ser eterno, como falam os poetas?
Nesse mesmo instante aproxima-se de ambos uma jovem envolta em luto, trazendo no rosto expressões de profunda dor. Dirige-se ao sábio e lhe fala com voz embargada:
- Acabo de enterrar o corpo de meu pai que morreu antes de completar 50 anos.
- Sofro porque nunca poderei ver sua cabeça branca aureolada de conhecimentos. Seu rosto marcado pelas rugas da experiência, nem seu olhar amadurecido pelas lições da vida.
- Sofro porque não poderei mais ouvir suas histórias sábias nem contemplar seu sorriso de ternura.
- Não verei suas mãos enrugadas tomando as minhas com profundo afeto.
Nesse momento o sábio dirigiu-se ao jovem e lhe falou com serenidade:
- Você percebe agora as nuanças do amor sem ilusões, meu jovem?
- O amor verdadeiro é eterno porque não se apega ao corpo físico, mas se afeiçoa ao ser imortal que o habita temporariamente.
- É nesses sentimentos sem ilusões nem fantasias que reside o verdadeiro e eterno amor.
A lição do velho sábio é de grande valia para todos nós que buscamos as belezas da forma física sem observar as grandezas da alma imortal.
O sentimento que valoriza somente as aparências exteriores não é amor, é paixão ilusória.
O amor verdadeiro observa, além da roupagem física que se desgasta e morre, a alma que se aperfeiçoa e a deixa quando chega a hora, para prosseguir vivendo e amando, tanto quanto o permita o seu coração imortal.
Pense nisso!
As flores, por mais belas que sejam, um dia murcham e morrem... Mas o seu perfume permanece no ar e no olfato daqueles que o souberam guardar em frascos adequados.
O corpo humano, por mais belo e cheio de vida que seja, um dia envelhece e morre.
Mas as virtudes do espírito que dele se liberta continuam vivas nos sentimentos daqueles que as souberam apreciar e preservar, no frasco do coração.
Ao longo do caminho, à sua frente, percebeu que vinha em sua direção um velho sábio. E porque se demorasse em seus pensamentos sem encontrar uma resposta que lhe aquietasse a alma, resolveu pedir ao sábio que o ajudasse. Aproximou-se e falou com verdadeiro interesse:
- Senhor, desejo encontrar minha amada e construir com ela uma família com bases no verdadeiro amor.
- Todavia, sempre que me vem à mente uma jovem bela e graciosa e eu a olho com atenção, em meus pensamentos ela vai se transformando rapidamente.
- Seus cabelos tornam-se alvos como a neve, sua pele rósea e firme fica pálida e se enche de profundos vincos.
- Seu olhar vivaz perde o brilho e parece perder-se no infinito. Sua forma física se modifica acentuadamente e eu me apavoro.
- Desejo saber, meu sábio, como é que o amor poderá ser eterno, como falam os poetas?
Nesse mesmo instante aproxima-se de ambos uma jovem envolta em luto, trazendo no rosto expressões de profunda dor. Dirige-se ao sábio e lhe fala com voz embargada:
- Acabo de enterrar o corpo de meu pai que morreu antes de completar 50 anos.
- Sofro porque nunca poderei ver sua cabeça branca aureolada de conhecimentos. Seu rosto marcado pelas rugas da experiência, nem seu olhar amadurecido pelas lições da vida.
- Sofro porque não poderei mais ouvir suas histórias sábias nem contemplar seu sorriso de ternura.
- Não verei suas mãos enrugadas tomando as minhas com profundo afeto.
Nesse momento o sábio dirigiu-se ao jovem e lhe falou com serenidade:
- Você percebe agora as nuanças do amor sem ilusões, meu jovem?
- O amor verdadeiro é eterno porque não se apega ao corpo físico, mas se afeiçoa ao ser imortal que o habita temporariamente.
- É nesses sentimentos sem ilusões nem fantasias que reside o verdadeiro e eterno amor.
A lição do velho sábio é de grande valia para todos nós que buscamos as belezas da forma física sem observar as grandezas da alma imortal.
O sentimento que valoriza somente as aparências exteriores não é amor, é paixão ilusória.
O amor verdadeiro observa, além da roupagem física que se desgasta e morre, a alma que se aperfeiçoa e a deixa quando chega a hora, para prosseguir vivendo e amando, tanto quanto o permita o seu coração imortal.
Pense nisso!
As flores, por mais belas que sejam, um dia murcham e morrem... Mas o seu perfume permanece no ar e no olfato daqueles que o souberam guardar em frascos adequados.
O corpo humano, por mais belo e cheio de vida que seja, um dia envelhece e morre.
Mas as virtudes do espírito que dele se liberta continuam vivas nos sentimentos daqueles que as souberam apreciar e preservar, no frasco do coração.
Acrescentar e Subtrair
Guardei o cartão de Natal sobre a mesa de trabalho.
Gostei tanto do que nele foi escrito (vejam como é importante um cartão de Natal personalizado, com mensagem própria ao invés das frases comuns já impressas).
Veio de uma aluna muito sensível, introspectiva e observadora e dizia:
"Caro Luiz, há pessoas nesta vida que só subtraem. Todo o tempo. Subtraem alegria, sossego, amor, felicidade.
Mas, graças a Deus, há outras que acrescentam... ‚ isso que faz as pessoas ricas ou pobres. No sentido interno, evidentemente".
Durante uns bons dias fiquei me questionando quanto a acrescentar e subtrair, e acabei concordando inteiramente com Vera, pela experiência comportamental de quase vinte e cinco anos de janela.
Não há duvida de que há pessoas que subtraem o tempo todo, vivem com o intuito de tirar tudo do próximo, vampirizando sentimentos, pegando carona em experiências, deitando na sombra alheia, usufruindo além do oferecido, fazendo carreira em cima dos outros e invadindo oportunidades que não são suas.
Mas não são apenas os oportunistas que subtraem.
Os inseguros, também. Os egoístas, mais ainda.
Quantas e quantas vezes, na insegurança, esperamos sempre que os outros nos dêem, à medida que não nos julgamos capazes de dar nada.
É tão comum alguém chegar a um curso meu e colocar de imediato: "Vim aqui ver o que este curso pode me dar."
Já os egoístas ou egocêntricos nem se imaginam acrescentando pela simples razão de que em sua incapacidade para perceber a necessidade do outro, daquilo que ele precisa "naquele" momento, jamais poderão suprir. Até porque só enxergam a própria imagem e não tem o menor interesse por ninguém.
Eis por que há tanta gente pobre internamente, embora julgue estar vivendo da melhor forma, levando vantagem em tudo, aproveitando ao máximo, sem nunca retribuir.
O acrescentar é dinâmico e vibrátil. Entusiasma e movimenta.
Acrescentar não ‚ doar apenas, mas um dar de si com o percentual adquirido da própria vida, dai o dinamismo, a troca.
Acrescentar ‚ passar algo que o outro precisa numa determinada hora da vida e que, por circunstâncias ou esforços, nó agora detemos.
Creio que aquele valer a pena se a alma não for pequena a que se referia Pessoa, tem tudo a ver com o acrescentar. As grandes almas, antíteses da mesquinhez, da baixeza e da inveja, primam pelo acréscimo. São generosas e amplas, portanto ricas.
Pensar nisso, meus amigos leitores é muito, muito importante.
Trata-se de um exame de consciência proveitoso, útil e necessário.
Então responda: Você acrescenta ou só subtrai?"
Luiz Alca de Santana
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QUANDO VIER ME VISITAR...
Traga flores,
Muitas delas...
Porém, não me traga apenas flores:
Não se esqueça de juntar a elas
A beleza do seu sorriso,
A ternura do seu olhar,
A força do seu abraço.
O calor dos seus beijos...
Quando vier me visitar,
Traga flores,
Muitas delas...
Mas não esqueça de tirar-lhes
Os espinhos que machucam,
As folhas envelhecidas,
Os galhos secos,
As dores embutidas...
Quando vier me visitar,
Traga flores,
Muitas delas...
Perfumadas, coloridas, alegres:
Todas parecidas com você!
Quando vier me visitar,
Traga você por inteiro...
As flores?
Nem sei se vai precisar!
Débora Bellentani
“Tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser.
Pode ser que para outro mundo eu possa levar o que sonhei,
Mas poderia eu levar para outro mundo o que esqueci de sonhar?”
Álvaro de campos
Um Beijo
(Olavo Bilac)
Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!
Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto...
quinta-feira, junho 26
Amor,o que é o amor? Não creio que se possa realmente colocar em palavras.Amor é entender alguém, se importar, compartilhar as alegrias e tristezas.Isso pode incluir o amor físico. Você compartilha alguma coisa, dá alguma coisa e recebe algo em troca, seja ou não casada, tenha ou não um filho.Perder a virtude não importa, desde que você saiba que, enquanto viver, terá ao lado alguém que a compreenda, e que não precisa ser dividido com ninguém mais...
anne frank
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
f.p.
Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,
Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado
Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.
f.p.
amei...obrigada !
Para meu coração teu peito basta,
para que sejas livre, minhas asas.
De minha boca chegará até o céu
o que era adormecido na tua alma.
Mora em ti a ilusão de cada dia
e chegas como o aljôfar às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência,
eternamente em fuga como as ondas.
Eu disse que cantavas entre vento
como os pinheiros cantam, e os mastros
Tu és como eles alta e taciturna.
Tens a pronta tristeza de uma viagem.
Acolhedora como um caminho antigo,
povoam-te ecos e vozes nostálgicas.
Despertei e por vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.
Pablo Neruda
adorei...
Querer
(Pablo Neruda)
Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.
Amanhecer (Ivone Boechat)
Levanta a cortina dos teus olhos
Contempla a maravilha do amanhecer
A vida é uma criança,
esperta, bonita, inteligente
Passa correndo, é preciso ver
Acredita, enquanto há tempo:
não existe dor sem alento
nem tristeza tão longe da alegria
quando a luz de cada dia,
acende a vida,
iluminando o amanhecer
Não vacila, toma posse
da imensa alegria de viver.
quarta-feira, junho 25
Canteiros
(Música do Fagner baseada na obra de Cecília Meireles)
Quando penso em você fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
Correm os meus dedos longos em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento
Pode ser até manhã, cedo claro feito dia
mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
Para correr entre os canteiros e esconder minha tristeza
Que eu ainda sou bem moço para tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.
Saudade (
Adelaide (Yde) Schloenbach Blumenschein)
A saudade é uma andorinha,
mas uma andorinha estranha:
quando, num peito se aninha,
as outras não acompanha…
Saudade – coisa que a gente
não explica nem traduz;
faz do passado, presente,
e traz sombras, sendo luz…
Saudade – febre que a gente
sem querer, pode apanhar,
nunca mata de repente,
vai matando, devagar…
Saudade – a princípio é pena
que nos deixa uma partida;
depois é dor que condena
a morrer dentro da vida…
se é triste sentir saudade,
muita saudade de alguém,
maior infelicidade
é não tê-la de ninguém.
terça-feira, junho 24
Lembranças
(Rafael Simões Frieling)
Que eu conheça a tristeza
pois só assim saberei quando encontrar
a verdadeira felicidade
Que a mentira seja usada contra mim
para que possa guardar para sempre
o valor da palavra "verdade"
Que eu ouça sua voz ao menos uma última vez
pois ela será como música
companheira de minhas noites em claro, sofrendo a infelicidade
Que sinta seu cheiro novamente
para me embriagar em lembranças felizes
recordar de quando éramos únicos, singularidade
Que possa tocá-la novamente
sentir sua pele, seu calor
e mais uma vez me acalmar com carinho e tranqüilidade
Que possa provar ao menos um último beijo
aquecer meu coração agora solitário
e guardar em minha alma o gosto do amor, pela eternidade
Escrevo-te (Vyrena)
Escrevo-te
ancorada na saudade,
sob o riso irônico
da ausência,
para contar-te de minha solidão
e da vontade insana
de teus beijos!
Escrevo-te
perdida no redemoinho
das lembranças
de nossos encontros fortúitos
com sabor de pecado!
Escrevo-te
para dizer-te do tamanho
do desejo
de estar contigo outra vez,
em teus braços,
transfomada em prazer!
Escrevo-te
para repetir mais uma vez
que te amo... te amo... te amo
e que sem ti não sou nada,
sem tua presença,
sou menos que ninguém!
Escrevo-te
para falar-te da luz
da esperança,
de que um dia,
seremos nós dois
outra vez!
segunda-feira, junho 23
pensei que fosse oceano;
era só um aquário.
pensei que fosse paris;
eram os 20 watts de uma lâmpada
no canto do cenário.
pensei que fosse mozart;
eram os acordes imperfeitos
de um jingle ordinário.
pensei que fosse o pecado maior;
era o mea-culpa
de um réu-primário...
pensei que fosse você...
mas era apenas o sol.
MARCOS CAIADO
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- ...MEU UNIVERSO DE FELICIDADE
- ...sou uma mulher como todas do planeta, que merece amar e ser amada.
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